O atual modelo de desenvolvimento econômico esta alicerçado na alta produtividade, e entre os ramos de maior destaque, temos o metal-mecânico, importante para a produção de máquinas, equipamentos, veículos e materiais de transporte. Entretanto, suas atividades operacionais são consideradas potencialmente poluidoras, podendo ser altamente impactantes aos ecossistemas de entorno. Neste contexto, os programas de monitoramento são importantes para a avaliação dos impactos ambiental, fornecendo subsídios para a gestão dos efluentes industriais, avaliando a eficiência das medidas de mitigação postas em prática à luz da legislação vigente. O Programa de Monitoramento Ambiental da Área de Influência do Emissário Submarino da ArcelorMittal Vega vem sendo desenvolvido sob a responsabilidade da Acquaplan Tecnologia e Consultoria Ambiental Ltda, desde agosto de 2008. No presente trabalho, se analisa os dados gerados pelo programa no de agosto de 2008 a dezembro de 2012. O referido programa objetiva (1) monitorar, através de ensaios ecotoxicológicos, os efluentes tratados da ArcelorMittal Vega; e (2) monitorar, através de análises quantitativas de metais pesados e ensaios ecotoxicológicos, a área de influência do emissário submarino. Estes dois subprogramas de monitoramento ambiental focam na verificação e avaliação da eficiência do sistema de tratamento dos efluentes gerados e tratados no condomínio industrial, assim como o monitoramento da qualidade ambiental da área marinha onde os efluentes tratados são lançados através de difusores situados a aproximadamente 600 metros da costa, na praia do Ervino, litoral leste da ilha de São Francisco do Sul, SC. Nas campanhas de amostragem dos efluentes da ETE (Estação de Tratamento de Efluentes) da unidade industrial são analisados parâmetros físico-químicos e parâmetros ecotoxicológicos com os organismos, Vibrio fischeri e Skeletonema costatum. Já as campanhas de amostragem na área marinha do emissário ocorrem bimestralmente onde também são utilizando a bactéria Vibrio fischeri e a microalga Skeletonema costatum. O programa realiza também a análise de metais em nos tecidos moles dos moluscos Donax hanleyanus e Perna perna e ainda, na água e no sedimento. Os testes com amostra do efluente final tratado com V. fischeri (set/08, out/08, jan/09, mar/09, ago/09, nov/09, fev/10, mar/10, mai/09 e jun/09) e S. costatum (jan/09, mar/09, ago/09, fev/10, mar/10 e mai/09) apresentaram resultados elevados de toxicidade. Entretanto, o mesmo não foi identificado com as amostras coletadas na área de influencia do emissário, analisadas com os mesmos organismos. Embora após a diluição no corpo receptor, os resultados de toxicidade fossem negativos, em julho de 2010, foi substituído no processo industrial, NH4Cl, nos processos de limpeza, pelo ClO2, sendo que após esta ação não foram observados novos casos de toxicidade. Analisando todos os laudos obtidos neste período das amostras de água, sedimento e concentração de metais em tecidos moles dos moluscos, todos os resultados apontaram níveis de metais abaixo dos preconizados em suas legislações específicas, para água (Resolução CONAMA No 357/05 e 430/11), sedimentos (Resolução CONAMA No 454/12) e moluscos (ANVISA, Portaria Nº 685/98). Desta forma, avalia-se que a água utilizada nos processos industriais da ArcelorMittal Vega e liberada no ambiente, após ser devidamente tratada, não apresentou características que pudessem comprometer o ecossistema de entorno.